quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Congresso Internacional do Medo


Ouvi de uns amigos, há poucos dias, que viver de música no Brasil é foda, que o circuito indie é uma selva, que tem as leis, internet, discos e tal e coisa. À todos aqueles que concordam ou discordam, indico passar uma temporada na coxia de uma peça teatral e entender o que significa fazer teatro no Brasil, ou seja, sinônimo de perrengue e raça. Esse coré coré todo foi para introduzir mais um momento delicado de tanta belezura que o grupo Espanca! (hoje Grace, Gu Bones e Marcelinho + convidados especialísimos) conseguiram levar para os palcos. "Congresso Internacional do Medo" é a terceira montagem do premiado grupo. "Por Elise" (uma jóia do teatro nacional) e "Amores Surdos" conseguiram colocar no mapa cultural do país um grupo de teatro mineiro que não trabalha só com "a Minas uai". Eles não levam rendas e bordados para a cena, não sacolejam para lá e para cá, não cantam e dançam e muito menos vivem de leis frondosas. São uma galera guerreira que leva a arte para a vida e a vida para o palco de uma forma que me encanta (e vai em primeira pessoa mesmo o comentário). A nova montagem tem na luz, trilha (Xande, parabéns!), figurinos e elenco forças da natureza que interagem e se confrontam. O "Congreso" é uma peça anti-teatro. Sentados, de costas, em suspenso, os atores e bailarinos-peixes constroem uma Babel cerceada pela vida e pela morte. O medo não é a premissa, apenas eclode a ação-verso-fala que a diretora e dramaturga Grace Passô criou junto aos artistas em processo colaborativo. O "Congresso" se torna internacional nas risadas angustiantes da platéia, nas línguas criadas e recriadas pela trupe, nos bailarinos-peixes que assistem e dão tônus para cena. Sei que acontecimento para a língua portuguesa é um terremoto, um tsunami, um vendaval! Para mim, o "Congresso Internacional do Medo" é um acontecimento cheio de singelezas, uma cafifa que deu mais que certo, um corte nesse fazer careta e retrógrado do teatrão, um tabefe na língua, um beijo na platéia. Que venha o medo, espreita do futuro! Que venham mais peças, Espanca! Vida longa à todos vocês!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Bambas, encontros e e boa música


Que a moça está com tudo e não tem nada de prosa, isso é fato! A carioca mais mineira que conheço, a bela e talentosa Aline Calixto, dá um tempinho das praias do Rio de Janeiro, onde está a mil por hora na gravação do primeiro cd a ser lançado pela gravadora Warner, e dá uma amostra do que vem por aí. Aline se apresenta quarta-feira, dia 11 de fevereiro, no Verão Arte Contemporânea, na capital de Minas. Junto com o cantor e compositor Edu Krieger, Aline desfia um rosário de pérolas do samba de raiz e ainda levanta mastro e espaço para novas composições. Para aqueles que ainda não conhecem a voz de Aline, além de cantora, ela é compositora e pesquisadora musical. Aline Calixto e Edu Krieger se apresentam quarta, às 21h, no teatro Francisco Nunes, dentro do Parque Municipal. Ingresso a preço mais do que camarada: apenas R$ 6.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Obama Mania - THE GOLD RUSH

No dia da posse mais comentada do jovem século XXI, o fotógrafo Rodrigo Albert faz uma homenagem ao estadista Barack Obama. Segue, acima, a foto instalação. Para quem não estiver colado na CNN ou BBC assistindo cada detalhe da saída de Bush e chegada de Obama, vale conferir a bela foto THE GOLD RUSH.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Programe-se

De 23 a 31 de Janeiro, a Mostra de Cinema toma de assalto a pequena Tiradentes. Cerca de 35 mil pessoas são esperadas por lá! Para detalhes da programação, horários de exibição de curtas e longas em película e digital, acesse http://www.mostratiradentes.com.br

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Calados gestos

Sinto você
Como quem sente o universo
Como calados gestos
Que vibram em mim
As incertezas do mar, do amor

Sinto na pele
mesmo que você não sinta
Sinto os teus olhos
mesmo que você não veja
Me sinto só sem te sentir

Não que eu não consiga
Ver-te inteira entregue ao tempo
Como as fagulhas da memória
Que mesmo a mente não consegue diluir

Que meu olhar, vez por outra te persegue
Como o frescor da primavera
Que sente ouvindo a tua voz

Não que eu não consiga
Mas pousa em mim solenemente
Como uma semente que se permite ser
Mesmo sem saber de nós
E que brota linda ao teu redor
Como a nudez de minha fala.
Em tudo que se revela
Na poesia em tuas mãos.

Helder/08

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

“Campo Magnético – filmogravuras em offset”



O artista plástico, gravurista, poeta e compositor Gilberto de Abreu lança o livro “Campo Magnético – filmogravuras em offset”. Reunião de tirinhas publicadas na década de 80 no Jornal Estado de Minas, os desenhos receberam nova impressão e cores. O artista ampliou, coloriu cada acetato e reimprimiu as peças, técnica batizada por Gilberto de filmogravura. A idéia de transformar as tirinhas em livro surgiu há 20 anos. Na época, o artista se deparou com o custo do empreendimento e decidiu esperar um pouco para lançar o livro. Duas décadas depois, Gilberto de Abreu retoma o projeto com o apoio incondicional da Fundação Municipal de Cultura. Gilberto é um artista com talentos múltiplos. Autodidata, ele encontrou na pintura, música, hq, performance, desenho e poesia espaços de expressão. Excessivo (quase barroco), intenso (com o olhar voltado para o mundo onde vive) e arguto (sem ser pessimista), Gilberto tem na arte meio de vida. Como desenhista, gravurista e pintor, participou de exposições individuais, coletivas e salões, em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Distrito Federal, Buenos Aires, Santiago e Berlim. Como escritor, lançou os livros "Acontece o que a gente tece" e “Caiuaua” e a revista em quadrinhos "Avivar Sonorylândia". Como compositor e poeta, concebeu o disco de música e poesia “João, Gilberto e Clarisse”. Criou mais de 40 cenários de espetáculos musicais, teatrais, cinematográficos e televisivos. Já como performer, se apresentou em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Lançamento do livro Campo Magnético – filmogravuras em offset
Data: quarta-feira, 17 de dezembro
Local: Museu Histórico Abílio Barreto – Rua Bernardo Mascarenhas, s/nº, Cidade Jardim, BH
Horário: 19h
Contato: (31) 3222.3242
Produção: Casulo Cultura

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

PORTO ALEGRE EM CENA

Artistas interessados em participar do festival PORTO ALEGRE EM CENA, as incrições estão abertas! O festival internacional de teatro, dança e música, realizado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, já começou a analisar espetáculos, obras e intervenções para a edição de 2009. Grupos braileiros podem enviar os projetos para a coordenação do fetival. A 16ª edição do PORTO ALEGRE EM CENA acontece entre os dias 8 e 21 de setembro de 2009. A seleção vai até o dia 31 de março. Os interessados devem enviar fotos, release, rider técnico e um DVD com o espetáculo na íntegra para o endereço: SOLAR PARAISO trav. Paraíso, 71, Porto Alegre, RSCEP: 90850-190. Qualquer dúvida, o Coordenador Adjunto do Porto Alegre em Cena, Alexandre Magalhães e Silva pode esclarecer. Basta ligar para 32352995 ou 84370160, código 51.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

É pouco, é muito e é mais do que imaginamos!

No dia 4 de novembro de 2008, 55 tibetanos foram sentenciados à pena de morte pelo governo chinês. No dia 4 de novembro de 2008, a ajuda militar fez com que milhares de famílias conseguissem cruzar a fronteira do Congo para fugir da guerra civil. No dia 4 de novembro de 2008, passei mais de 10 horas em frente à TV para ver a cobertura da CNN das eleições presidenciais norte-americanas. No dia 4 de novembro de 2008, Barack Obama foi eleito o quadragésimo quarto presidente norte-americano eleito. Considerada a campanha eleitoral mais cara da história nos Estados Unidos, (pasmem meninos e meninas - nada mais do que 600 milhões de dólares) a frente Democrata conseguiu atingir diversas mídias e de uma forma pra lá de eficiente. O senador pelo estado de Illinois tem facebook, orkut, myspace e toda a parafernália midiática via internet que você puder imaginar. Nascido no Hawaí, formado em Ciência Política pela Universidade de NY, com um segundo diploma de direito em Harvard e com uma eloquência pouco vista na política mundial, (não se esqueçam, moçada, temos o Berlusca na Itália, o Bling-Bling na França, o Chaves aqui no quintal e por aí vai) Obama sobe ao poder 44 anos após o fim da Lei de Segregação nod EUA. É pouco, é muito e é mais do que imaginamos! O cara tem 47 anos, é cristão e mulato (african-american é muito politicamente correto para a minha cabeça). A chapa da campanha foi a coalisão de minorias e deu certo. Da mistura entre Kansas (a mãe) e o Quênia (o pai), um país elegeu um cara não pelo que lhe falta ou sobra, mas pelo sua normalidade. Foi preso na adolescência e teve problemas com drogas, é cristão e foi criado pela avó. Tem duas filhas pequenas e uma esposa engajada. É pouco, é muito e é mais do que imaginamos! Com 52% dos votos válidos, maioria no senado e na câmara, Obama é o símbolo do fim de uma Era Conservadora que começou com Reagan e termina com Bush. Pode ser que sem a crise ele não chegasse ao poder, pode ser que as palavras de Martin Luther King tenham se tornado realidade, pode ser que o que vem pela frente para os EU (e para o mundo) seja osso duro de doer-roer-fuder, pode ser que a "terra dos bravos" tenha mostrado algo para o mundo inusitado (inclusive para ela), pode ser um tanto de coisa... O que eu vi e pretendo ver ao vivo, in loco, em solo do Tio Sam, foi um homem muito preparado, um pouco debochado e eloquente assumir o posto mais importante do planeta. Sim, ele é negro/mulato. Sim, ele traz o discurso das minorias. Sim, ele é democrata. Fico com a frase "we did our day today". E fico muito feliz de ver a história tomar corpo diante dos meus olhos. Fico feliz de me emocionar vendo isso e de me preocupar com toda essa euforia. Mas, apesar de tudo, fico feliz de estar bem no olho do furacão!

domingo, 19 de outubro de 2008

ARebeldia em todos os tons

Nesta sexta, o rapper Renegado sobe ao palco do Lapa Multshow para apresentar o álbum de estréia, Do Oiapoque a Nova York. Depois de passar por Uberlândia, no Festival Jambolada, e por São Paulo, no Teatro Oficina (sede de José Celso Martinez Corrêa), Renegado traz a BH o show do cd produzido por Daniel Ganjaman, integrante do Coletivo Instituto. Para mostrar que as 13 cançôes do disco bebem de fontes diversas e dialogam com ritmos bem brasileiros, Renegado conta com a presença da sambista Aline Calixto, dos MCs Max B.O e Funk Buia, do coral Meninas de Sinhá, da cantora Júlia Ribas e do cantor e DJ Cubanito. Indicado ao prêmio Hutúz, maior premiação de hip hop da América Latina, no qual Renegado concorre em três categorias: Revelação do ano, Melhor site e Melhor produção, o rapper colhe os louros de 10 anos de estrada. Afinal, tudo começou lá no Alto Vera Cruz e já estava mais do que na hora de Renegado ter seu talento reconhecido por público e crítica. A festa show de Renegado acontece na sexta-feira, dia 24 de outubro, no Lapa Multshow (Rua Álvares Maciel nº312, Santa Efigênia) a partir da 22h. Os ingressos custam R$ 10 (meia-entrada). Para conferir o som do rapaz acesse: www.myspace.com/arebeldia

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Coletivo de criação em dança, o grupo Movasse tem como marca a diversidade, seja de idéias, formação ou naturalidades. O Movasse tem Carlos Arão, Andréa Anhaia, Ester França e Fábio Dornas à frente da criação. Espaço, meio e fim para a dança contemporânea, o grupo tem sede em BH e sede de Brasil. Segue, acima, o roteiro das próximas apresentações.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Saudade de lá e de cá

o último pôr-do-sol

lenine


A onda ainda quebra na praia,
Espumas se misturam com o vento.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi
pensando nós dois.

Eu lembro a concha em seu ouvido,
Trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho olhando o sol morrer
Por entre as ruínas de santa cruz lembrando nós dois

Os edifícios abandonados,
As estradas sem ninguém,
Óleo queimado, as vigas na areia,
A lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,
Por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas

Pois no dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho no mundo, sem ter ninguém,
O último homem no dia em que o sol morreu

***Voltar é de um sentimento tão doido quanto partir. O que nos arrasa é que deixamos, novamente, amores-amigos. Mas o motivo é dos mais nobres, reencontrar amigos e amores. Saudade é o que eu sinto quando me lembro de Ana, Zé e Leo. Saudade que levo comigo e só me faz cantar essa música de Lenine. Voltar é preciso. Amar também. Guardo vocês no peito.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

in-i











Cinema, artes plásticas e, agora, dança. Juliette Binoche é uma artista. Não consigo adjetivos suficientes para classificá-la e nem acho necessesário enquadrar alguém que vai do drama (Bleu) à comédia (Dan in Real Life); do desespero (Caché) ao amor (Les Amants du Pont-Neuf); da insolência (capa e recheio da Playboy aos 40 anos) à maternidade e com uma voltagem pouco vista na arte. Nesta semana, Binoche sobe ao palco do National Theatre, em Londres, mas não com uma peça, e, sim, com uma coreografia. Junto ao ator-bailarino AKram Khan (inglês, filho de indianos, bailarino de Katahk e que estreou nos palcos europeus aos 14 anos na épica montagem Mahabharata de Peter Brook), Binoche desenvolveu a coreografia "in-i". Da montagem, consegui apenas rastros. Da experiência de ver essa artista indecifrável e única, fica a vontade de conferir mais uma de suas obras.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

She & Him (=Zooey Deschanel +Matt Ward)

Pai - diretor de fotografia; mãe - atriz; irmã (mais velha) - atriz; Zooey Deschanel - atriz, cantora, compositora, escritora... Para quem ainda não entendeu, este post é sobre Zooey Deschanel, uma atriz californiana que também é cantora e ainda abarca mais um monte de predicados. Com 28 anos, Zooey, ao que parece, constrói com cuidado uma carreira no cinema norte-americano. Ambiente em casa para a criação a moça teve, mas não parou por aí. Zooey, cohecida de filmes como Quase Famosos, Fenômeno e O Assassinato de Jesse James e da série Weeds, acaba de lançar o primeiro cd da carreira. Diferente da renca de atrizes-cantoras, a moça compõe e, diga-se de passagem, muito bem. O cd Volume 1, primeiro álbum do grupo She & Him (him mesmo, not he), traz a assinatura da dupla Zooey e Matt Ward. O disco é uma pérola folk que não pára de tocar no meu iTunes. Sentimental Heart, Change is Hard e I Was Made for You trazem um que dos anos 60 com uma roupagem indie. Dois duetos são trilha certa para embalar muitas e muitas noites. Em You Really Gotta Hold On Me, Zooey e Ward dão um tom de confição para um diálogo amoroso lindíssimo. E da dupla Lennon/McCartney, Zooey e Ward regravaram I Should Have Known Better. Já a canção que mais bebe da música country norte-americana é mesmo Got Me. Divertido, tocante, um pouco ácido e com um ar vintage, She & Him faz homenagem aos Beach Boys, Beatles, folk, country e ainda revela uma bela voz. Para ser ouvido com atenção!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Made in China

Na Europa, coreanos, japoneses e algerianos circulam aos montes pelas escolas de línguas, mas não são a maioria. Os chineses, estes sim, estão presentes em 99,9% das turmas dos cursos para estrangeiros na França. Lógico, não só nas escolas, mas nos bares, cafés, supermercados, praças, monumentos, museus e por onde quer que qualquer pessoa for por aqui. Mas eles não estão só a passeio. Essa é que é a diferença! O número de imigrantes chineses aumenta a cada dia. Mão-de-obra qualificada, por onde vão, arrebatam empregos e alguns desafetos.  Em Roma, já dominaram o bairro da Estação Central e comandam o comércio de roupas da região. Já em Paris, o bairro de Belleville, que fica entre os quartiers 18 e 19, reduto dos africanos, foi partido ao meio. Metade para a África e metade para China. A passagem e estada dos chineses é tão marcante que as mudança impressas na economia local são de assustar. Vão dois exemplos: sabe aquele lenço palestino, xadrez, de linho, feito à mão e que acompanhou a figura de Yasser Arafat desde sempre, pois é, ele se tornou a moda da vez em Paris. Colorido ou tradicional, é raro não sair na rua e cruzar com alguém portando o belo lenço (só que no pescoço, na cintura ou na bolsa). Produzido, até então, por 3 famílias na Palestina, o lenço caiu no gosto popular e os chineses entenderam a mensagem. Começaram a produzir em massa e a preços pra lá de populares. Um original sai a 25 euros; um chinês entre 10 e 3 euros, basta procurar. Já nas lojas de bijoux, quando uma vendedora diz o preço de um brinco, colar ou broche, uma frase muito curiosa vem junto: "É 12 e não 2 euros. Foi produzido aqui na França, não é Made in China." 

domingo, 31 de agosto de 2008

Prego


Putains 4 ans! A frase pode parecer xula, pesada e ofensiva, mas funciona que é uma beleza para a afirmação de que ainda faltam 4 anos ( e que 4 anos) para que o mandato de Nicolas Sarkozy acabe. De uma forma nem um pouco delicada e muito menos sutil, uma revista estampou essa frase na capa com a foto de Bling Bling. Ah... para quem não sabe, Bling Bling é o nome que a imprensa deu para o Presidente da França. O apelido surgiu depois que Sarkozy comparou os franceses com os americnos em rede nacional e disse em bom tom: "Devemos trabalhar como os americanos para ganhar como os americanos". A imprensa não perdoou e a população adorou. Mas a minha curiosidade é que, no Brasil, estamos em época de eleições. Algumas alianças deixaram os mais puristas avermelhados (ou melhor dizer amarelo-azulados). Do lado de cá do Atlântico, gostaria muito de saber o que pensam meus amigos, colegas e familiares sobre a ofensiva Jô Moraes e sobre o candidato-empresário da coligação PT-PSDB. É verdade mesmo que ele fala da esposa na Tv? Do dia em que a conheceu e coisa e tal? Bom, recém-chegada de terras italianas, aprendi uma expressão que me deixou meio vexada no começo. Para tudo se diz prego! Obrigada - prego; ciao - prego; valeu - prego; a gente se vê - prego. Ok, prego! Enfim, em meio a tantos pregos, prego, espero, prego, a colaboração de cada um, prego, para eu me inteirar, prego, nas eleições de BH, prego!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Ao Deus dará

Roms é a forma como a União Européia encontrou para denominar os povos ciganos. Como as etnias são muitas (vale ver Gadjo Dilo do cineasta gitano Tony Gatlif), esta foi uma forma prática e correta para designar essa cultura. Mas o que pega mesmo é a questão do cigano na contemporaneidade. Como eles não tem domicílio fixo, não possuem Carteira de Trabalho, alguns não possuem nem certidão de nascimento e muitos não sabem nem ler e escrever, eles são o exemplo do que há de mais a margem na União Européia. Aqui na Itália (estou a passeio pela "Bota") o que choca  é a forma como as autoridades lidam com os Roms. Na Alemanha pré-Segunda Guerra, o primeiro movimento dos nazistas em relacão aos judeus foi registrá-los um a um e tirar as impressões digitais. Pois é, aqui na Itália, o governo faz a mesma coisa com os Roms. E pior: os jornais, tvs, rádios e sites do grupo de Silvio Berlusconi começaram uma política em massa contra os Roms. Chegaram ao cúmlo de postar na capa de revistas e jornais do grupo fotos de uma criança cigana presa por roubo (ele não comia há dias) junto com a frase: "Criado para roubar". Indico para quem quiser mais informações sobre o assunto o site da revista Courrier Internacional

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Existe um país...

Depois de longa e tenebrosa ausência, volto por essas plagas por um motivo muito simples: em meio aos Jogos Olímpicos, (diga-se de passagem a abertura criada por Zang Yimou foi a mais bonita que eu vi até hoje) alguém se lembra que existe um país chamado Georgia? Que ele foi invadido pela Rússia no dia seguinte a abertura dos Jogos? Que aduanas, hospitais, áreas residenciais e rodovias foram os primeiros alvos? Na França, uma coisa que eu admiro é a importância que o povo francês dá para a liberdade. Sei que o Presidente Bling Bling (forma muito carinhosa como a imprensa chama o atual Presidente da França e da União Européia, Nicolas Sarkozy) acaba de aprovar a Lei de Imigração; algo duro e para lá de impertinente nos tempos atuais (se informem, por favor). Mas, aqui, a liberdade de existir enquanto um povo, uma nação, uma sociedade democrática é vital. A forma como os franceses abraçaram a causa Tibetana é um exemplo, os manifestos pela formação do estado da Palestina é outro e, agora, o engajamento da população e da imprensa francesa sobre a invasão da Georgia. Pois é, alguém aí no Brasil, na América Latina, em qualquer outra parte se lembra que em meio aos Jogos Olímpicos, medalhas e espírito esportivo existe um país chamado Georgia, outro que é a Palestina e um que se chama Tibet?

sábado, 19 de julho de 2008

Das alegrias de se ter sobrinhos

A roda dos insetos
 

Na roda dos insetos                                          
Existem vários bichinhos                                    
lindos e bem bonitinhos

Na roda dos insetos
tem as chatas abelhas
que zunem nas nossas orelhas
 
Na roda dos insetos
tem as borboletas 
que cuidam dos canteiros de violetas

Na roda dos insetos
vivem as libélulas, belas
que têm asas amarelas
 
Na roda dos insetos
vem os mosquitos
que tão esquisitos só pousam no meu pirulito

Na roda dos insetos
voam os besouros
que cuidam de um pote de ouro

Na roda dos insetos
tem por fim os vaga-lumes
que só brilham e zunem assim:zzzzzzzzzzz

Poesia escrita por Joana Brandão Ziller, uma menina de 8 anos cheia de idéias na cuca, que adora música, brigadeiro da vovó, equitação, dormir muito e ganhar beijos de tamanduá.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Eurockéenes 2008

Para quem curte números: foram 70 shows dividos em 5 palcos nos 3 dias de festa da 20 edição do Eurockéenes 2008. 100 mil pessoas passaram pela cidade de Belfort, região do quirche Lorraine, quase na fronteira da França com a Alemanha, para se divertirem ao som de bandas e artistas reconhecidos e em busca de algum lugar ao sol. Com uma produção de tirar o chapéu (foram 1000 profissionais envolvidos no evento - da limpeza a curadoria), o Eurockéenes faz parte da enlouquecida agenda de festivais de verão. Se imagine 7 meses sentindo muuuuuuuuuuuito frio e aí chega o verão. Com ele, os festivais. E em todos, artistas como Camille, CSS, Moby, Girl Talk e mais uma dúzia se dividem para cumprir a apertada agenda pela Europa. Na França, brilharam as estrelas que já possuem seu lugar no pódio: Nick Cave, Sharon Jones, Offspring e Cat Power (poderosíssima, diga-se de passagem), mas o festival também abriu espaço para quem está na batalha. Girl Talk, Sinik, Vampire Weekend e Comets on Fire arrancaram aplausos do público. Mas a banda que levantou a platéia (e olha que levantar uma platéia francesa é um trabalho hercúleo) foi a americana Gossip. Eu estava lá! Eu vi! O público enlouqueceu com a performance primorosa, arrebatadora e peso-pesado da diva-disco-punk Beth Ditto. De combinação e depois de calcinha e sutiã, Beth arrastou caixas de som e a multidão. E a moça canta, canta muito. Segura a banda nas costas e ainda se diverte com o público. Outro que arrasa quarteirão é o souffly (exú) Max Cavalera. Metal não é o meu forte (protetores auriculares na alta temporada), mas a Cavalera Conspiracy merece respeito. E que seja dito: os caras sobem ao palco com a bandeira do Brasil. Olha, para quem está do lado de cá do Atlântico, isso significa muito. O mesmo não dá para dizer dos grupos MGMT e Babyshambles. Com apresentações bonitinhas, eles deixaram um gostinho de "prefiro o cd" na boca. Hip Hop, pop, eletro, folk. Teve som para todos os gostos no Eurockéenes 2008. Mesmo debaixo de chuva e atolados na lama (o terceiro dia foi o mais cheio e o mais úmido), o público pode conferir na raça artistas que vão da chanson ao progressivo passando pelo psicodélico e caindo no bom e velho rock and roll.