terça-feira, 11 de novembro de 2008

É pouco, é muito e é mais do que imaginamos!

No dia 4 de novembro de 2008, 55 tibetanos foram sentenciados à pena de morte pelo governo chinês. No dia 4 de novembro de 2008, a ajuda militar fez com que milhares de famílias conseguissem cruzar a fronteira do Congo para fugir da guerra civil. No dia 4 de novembro de 2008, passei mais de 10 horas em frente à TV para ver a cobertura da CNN das eleições presidenciais norte-americanas. No dia 4 de novembro de 2008, Barack Obama foi eleito o quadragésimo quarto presidente norte-americano eleito. Considerada a campanha eleitoral mais cara da história nos Estados Unidos, (pasmem meninos e meninas - nada mais do que 600 milhões de dólares) a frente Democrata conseguiu atingir diversas mídias e de uma forma pra lá de eficiente. O senador pelo estado de Illinois tem facebook, orkut, myspace e toda a parafernália midiática via internet que você puder imaginar. Nascido no Hawaí, formado em Ciência Política pela Universidade de NY, com um segundo diploma de direito em Harvard e com uma eloquência pouco vista na política mundial, (não se esqueçam, moçada, temos o Berlusca na Itália, o Bling-Bling na França, o Chaves aqui no quintal e por aí vai) Obama sobe ao poder 44 anos após o fim da Lei de Segregação nod EUA. É pouco, é muito e é mais do que imaginamos! O cara tem 47 anos, é cristão e mulato (african-american é muito politicamente correto para a minha cabeça). A chapa da campanha foi a coalisão de minorias e deu certo. Da mistura entre Kansas (a mãe) e o Quênia (o pai), um país elegeu um cara não pelo que lhe falta ou sobra, mas pelo sua normalidade. Foi preso na adolescência e teve problemas com drogas, é cristão e foi criado pela avó. Tem duas filhas pequenas e uma esposa engajada. É pouco, é muito e é mais do que imaginamos! Com 52% dos votos válidos, maioria no senado e na câmara, Obama é o símbolo do fim de uma Era Conservadora que começou com Reagan e termina com Bush. Pode ser que sem a crise ele não chegasse ao poder, pode ser que as palavras de Martin Luther King tenham se tornado realidade, pode ser que o que vem pela frente para os EU (e para o mundo) seja osso duro de doer-roer-fuder, pode ser que a "terra dos bravos" tenha mostrado algo para o mundo inusitado (inclusive para ela), pode ser um tanto de coisa... O que eu vi e pretendo ver ao vivo, in loco, em solo do Tio Sam, foi um homem muito preparado, um pouco debochado e eloquente assumir o posto mais importante do planeta. Sim, ele é negro/mulato. Sim, ele traz o discurso das minorias. Sim, ele é democrata. Fico com a frase "we did our day today". E fico muito feliz de ver a história tomar corpo diante dos meus olhos. Fico feliz de me emocionar vendo isso e de me preocupar com toda essa euforia. Mas, apesar de tudo, fico feliz de estar bem no olho do furacão!

Um comentário:

Carolínea disse...

Foi impressionante, mesmo! Chego a ter medo pela euforia mundial, mas torço pelo melhor...