quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Silvia Gommes

Uma das vozes mais bonitas que eu já ouvi! Silvia Gommes (ex-Silvéria Leão lá dos idos do Mandrágora) canta, encanta, desencanta e acalanta quem a escuta. Figura de temperamento forte e de pouco pé no chão (tem ar demais no entorno da moça), Silvia ainda está descobrindo qual caminho trilhar. Entre a música e a cena, uma coisa é certa - Silvia nasceu para cantar. Mas que fique claro: ela vive a música. Sente, sofre, se entrega e, às vezes, precisa ser trazida de volta à força. Mas é ali, no palco, com um microfone na mão que a moça é o que nasceu para ser - uma intérprete. E das mais lindas que já vi em cena. Tem quem ame, quem goste, quem estranhe ou se afete, mas é inegável o valor, a pedra preciosa que está ali. Mestre Jonas, Makely Ka, Dudu Nicácio são alguns compositores que fazem parte das linhas traçadas por Silvia. Para quem ainda não ouviu a moça cantar, aqui vai: Silvia Gommes se apresenta no projeto Música no Belas, sexta, dia 28 de setembro, às 9 e meia da noite, no Usiminas Belas Artes, na rua Gonçalves Dias, 1581, Lourdes. Ingressos a 8 reais.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

3 dias imperdíveis

Música erudita, rock, jazz, samba e instrumental erótico (ainda não sei o que é isso, só depois do show é que vou descobrir). A Praça da Liberdade vai ficar pequena para abrigar a maratona de shows do festival Claro Minas Instrumental. Danusa Carvalho, produtora e curadora do festival, selecionou um time de primeira para o encerramento da edição 2007. Lá vai:


Domingo

Cléber Alves e Dudu Maia

...a partir das 18h


Segunda

Proa, Macaco Bong e Túlio Mourão

...a partir das 19h


Terça

Aliéksey Viana, Paul McCandless e Dimas Goudaroulis

...a partir das 19h


Todos os shows são gratuitos!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Abra Palavra - Minas no Rio

Quarta-feira, 2 artistas daqui de Minas vão mostrar o que é feito entre montanhas em outras praias. Vitor Santana e Mariana Nunes se apresentam em Copacabana, no Rio de Janeiro. Com a participação do percussionista Armando Marçal, Vitor e Mariana mostram o show "Abra Palavra". Ao lado de Kiko Mitre, Rogério San, Flávio Henrique e Rafael Barata (único carioca no time mineiro), a dupla sobe ao palco da Sala "Baden Powell", Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 360, às 19h. Ingressos a 10 reais.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

No embalo do sax

E vamos ao Tudo é Jazz... Terminou no domingo a sexta edição do festival mais charmoso de Ouro Preto. Durante os 4 dias de festa, a diversidade da produção jazzística mundial imperou. Mas o sax, isso mesmo, o saxofone, esse senhor grave e delicado que transporta a alma para outros recônditos, foi o grande protagonista da festa. Tanto na quinta com a apresentação do jovem saxofonista Joshua Redman (que eu não vi, só ouvi o murmurinho da imprensa e do público), como no sábado, com o show do mestre Bud Shank (um Deus do alto de seus 84 anos dedicados à música), o sax emocionou a platéia. Mas nem tudo foi como esperado! Na sexta, a aguardada apresentação de Madeleine Peyroux não empolgou tanto o público como o show do quinteto do baixista israelense Omer Avital. Madeleine subiu ao palco e cumpriu a pauta: um show curto, com alguns sucessos, muita delicadeza, brincadeiras, um leve protesto contra George W. Busch e 2 músicas de bis. Já Avital teve uma performance marcada pelo improviso e entrega. Foi aplaudido de pé! No sábado, no Largo do Rosário, Cliff Korman e Jorge Cutello fizeram um belo Tributo a Pacífico Mascarenhas. O Largo estava cheio, mas não como no ano passado quando a Orquestra de Nova Orleans tomou conta de Ouro Preto. Mas foi à noite, no sábado, no Centro de Convenções, que o Festival atingiu o ponto alto. João Donato e Bud Shank subiram ao palco acompanhados pelo baterista Robertinho Silva (um xamã) e pelo baixista Luiz Alves. Aos primeiros acordes de Bud Shank, a platéia suspirou. Foi impressionante! O saxofonista norte-americano foi a estrela da noite. João Donato também brilhou, mas abriu espaço para Bud. Afinal, segundo o próprio Donato, é graças a Bud Shank que ele entrou no circuito americano de jazz. Quem fechou a noite foi o violonista Oscar Castro-Neves. Depois de um jejum de 15 anos sem tocar no Brasil, Oscar subiu ao palco do Tudo é Jazz empolgadíssimo. Mas... teve que sair do palco e esperar 20 minutos nas coxias até que problemas com o som fossem solucionados. Contudo, isso não diminuiu em nada a força e a beleza da apresentação de Oscar. Já no domingo, Ivan Lins cancelou a participação com a maestrina Maria Schnaider. Não deixou saudades! Quem viu, garante: Maria e os 22 músicos brasileiros (dentre eles André Mehmari, Chico Ahmaral e companhia) fizeram uma das mais belas apresentações em praça do Tudo é Jazz.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Jambolada 2007


Começa nesta sexta o festival Jambolada. Uberlândia, no interior de Minas Gerais, recebe artistas da cena independente de todo o Brasil. As apresentações começam às 6 da tarde e seguem noite adentro tanto na casa de shows Acrópole como na Praça Sérgio Pacheco. Na edição de 2007, o festival conta ainda com Ciclo de Debates sobre Circulação, Distribuição e Produção de conteúdo e a comunicação dos Festivais independentes. Na sexta, sobem ao palco da casa de shows Acrópole, os grupos Vandaluz, Acidogroove, Proa, Falcatrua, Juanna Barbera, Tom Zé, Los Porongas, Vanguart, Porcas Borboletas e Daniel Belleza & Os Corações em Fúria. No sábado é a vez das bandas Um Bando e o Fim da Quadrilha, The Dead Lover's Twisted Heart, Super HI-FI, Estrume’n’tal, Dead Smurfs, Astronautas, Supergalo, Superguidis, Antena Buriti e Nação Zumbi. E no domingo, a banda Gira Lua, o grupo Duofel, o cantor Makely Ka e os grupos O Quarto das Cinzas e Móveis Coloniais de Acaju. Informações sobre programação no site: www.jambolada.com.br

E tem coco em Minas Gerais...


Entre 1928 e 1929, Mário de Andrade correu o Brasil atrás de melodias tradicionais. Um dos ritmos que o escritor encontrou foi o coco, uma dança típica que, do norte de Minas ao nordeste do Brasil, apresenta variações. Aqui nessas Gerais, o Coco é mais conhecido como calango. E o
Grupo de Coco Ouricuri, criado em 2003 por Poliana Cruz, Nara Magalhães, Aryane Paola, Tereza Moura, Yuri Lisboa, Negoleo e André Salles-Coelho, pesquisou o acervo de 245 melodias de coco recolhidas por Mário de Andrade. Delas, 18 foram escolhidas para integrarem o primeiro disco do grupo Ouricuri, o cd Os Cocos. Os músicos se debruçaram sobre a pesquisa de Mário de Andrade para levarem as canções para o estúdio. A partir de instrumentos como pifes, rabecas, tamancos, tambores, violões, reco-recos, ganzás e percussão, o grupo reconstitui as melodias e gravou o cd Os cocos. O disco conta ainda com a participação de Tavinho Moura e Sérgio Pererê. Se você quiser conferir o resultado dessa pesquisa melódica acesse www.myspace.com/grupodecocoouricuri ou vá nessa segunda ao Teatro Francisco Nunes, às 8 e meia da noite. Lá, o Grupo de Coco Ouricuri lança o álbum Os Cocos. A apresentação é gratuita.

Tudo é Jazz

Começa nesta quinta a sexta edição do festival Tudo é Jazz. Ouro Preto se transforma na capital do jazz de 13 e 16 de setembro. Durante os 4 dias, o Salão Diamantina do Centro de Convenções da UFOP, o Teatro Ouro Preto e o Largo do Rosário recebem shows dos maiores nomes do jazz nacional e internacional. Na quinta, o Duo Sete Estrelo, o Duo Violar, o Grupo Linha Verde e Rufo Herrera e Quinteto Tempos tocam no Largo do Rosário. Já no Centro de Covenções, a Orquestra Experimental da UFOP, Mauro Senise, The Joshua Redman Trio e Wallace Roney Sextet se apresentam. Na sexta, no Largo do Rosário é a vez de Juarez Moreira, Célio Balona e Nivaldo Ornellas. À noite, o trio do pianista americano Aaron Goldberg, a trompetista Ingrid Jensen, o quinteto do baixista israelense Omer Avital e a cantora Madeleine Peyroux são as atrações no Centro de Convenções. No sábado, André Dequech Trio, Cliff Korman e Jorge Cutello em um Tributo a Pacífico Mascarenhas e Toninho Ferragutti se aparesentam no Largo do Rosário. No Centro de Convenções, o Sambajazz Trio, o Duofel, João Donato e o saxofonista Bud Shank e o violonista Oscar Castro-Neves se apresentam. E no domingo, a maestrina Maria Schneider tacompanhada de 22 músicos brasileiros, dentre eles Ivan Lins e Marina Machado, fazem uma jam session no Largo do Rosário. Na praça, os shows são gratuitos. Já no Centro de Convenções, os ingressos custam 160 por dia. Passaporte a 380 reais. Para acompanhar cada detalhe da programação acesse www.tudoejazz.com.br

sábado, 8 de setembro de 2007

Para quem busca a felicidade...

"O rei Midas se embrenha na floresta em busca de Sileno, o sábio preceptor de Dioniso. Uma angústia o move: É que nem o viver, nem o poder, nem o ter asseguram a felicidade dos homens. Por isso Midas vai à floresta em busca de Sileno, com uma pergunta angustiante: O que então o homem tem de fazer para ser feliz? Sileno responde: (Átlios brotós) Mísero mortal, por que queres sabê-lo? O que o homem pode fazer para ser feliz é não ter nascido, mas, uma vez que já nasceu, só lhe resta morrer."

http://acd.ufrj.br/~travessiapoetic/interpret/poiesisetica.htm

Um recorte mitológico (para a vida) enviado pelo psicólogo Bruno Curcino Hanke.

Grata!

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Juá


Apelidos são como marcas. Para alguns, se transformam até em primeiro nome, para outros estorvo. Mas tem gente que sublima e, em uma boa fase, batiza o que tem de mais sigular e autoral com esse novo sujeito. Para o compositor, violonista, guitarrista, arranjador e produtor Juarez Moreira, Juá parece ser a forma mais carinhosa e autêntica de ilustrar o momento na carreira. E que momento! Este ano, Juarez tocou em Nova York, Boston e New Hampshire. Semana que vem, participa do festival Tudo É Jazz, em Ouro Preto. E foi com esse apelido de infância que Juarez batizou o novo álbum Juá. Oitavo disco de Juarez (e terceiro trabalho autoral), Juá é do começo ao fim um mar de sofisticação. Nas 13 faixas do cd, o músico vai do choro ao jazz, do clássico ao contemporâneo com delicadeza. Afinal, são 29 anos de estrada. Do disco, destaco as músicas “Wes”, dedicada a Wes Montgomery (ídolo de Juarez) e “Castelo”, uma homeangem ao baterista Mário Castelo, que faleceu em 2006. Para quem ainda não ouviu, fica aí a dica a dica: Juá.

domingo, 2 de setembro de 2007

Querô

No dia 14 de setembro, estréia, em quase todo o Brasil, o longa metragem Querô, inspirado no livro Querô- uma reportagem maldita do saudoso Plínio Marcos (como artistas com a força instigadora de Plínio fazem falta, meu Deus). Bom, o filme você vai ver nas telas de cinema! Mas por trás da produção cuidadosa da Gullane Filmes está um projeto como poucos no Brasil de transformação. O elenco de Querô foi selecionado dentre 1.200 jovens que vivem na Baixada Santista. Não são adolescentes oriundos de cursos de teatro, não que isso seja um problema. Afinal, eu vim de um curso de teatro. Mas a questão é que o filme possibilitou a 40 adolescentes que vivem cercados pelo labo Z do mundo, inseridos nele do cóccix até o pescoço, a possibilidade de transformação através da arte. Tem algo mais sublime?! Aguém pode me dizer? Para o filme, os meninos passaram por oficinas de capoeira, interpretação, consciência corporal, noções de cinema, câmera e mais um monte de aulas condensadas em 5 semanas. Aí veio a escolha do elenco, a chegada dos atores profissionais Maria Luísa Mendonça, Ailton Graça e Milhem Cortaz, a apropriação do roteiro( que fique claro, o roteiro de Querô ganhou Sundance, mas o que foi filmado, o que está na tela são as improvisações dos atores), e a filmagem. Mas a grande subversão é que o filme não parou por aí. Após o longa, surgiram as oficinas Querô.
Projeto de formação de artistas para a sétima arte. Produção, direção, roteiro, figurino, cenário, direção de arte, montagem e todo o universo que envolve um filme. O resultado de tudo isso? O documentário "eu fiz Querô" dirigido por Carlos Cortez (diretor do longa) e pelos jovens Eduardo Bezerra e Samuel de Castro (integrantes da oficina) e mais dois curtas. O tema que norteia o longa Querô é o abandono. A ação concreta por trás do filme é o resgate.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Tim Festival, venda de ingressos é na segunda

Começa nesta segunda, a venda de ingressos para o TIM FESTIVAL. De 25 e 31 de outubro, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Vitória recebem a quinta edição do mais aguardado festival de 2007. Afinal, não é todo dia que Cat Power, Björk, Juliette and The Licks e Arctic Monkeys se apresentam no Brasil. O público pode comprar os ingressos a partir de segunda pela internet ou em 24 postos de venda espalhados pelas quatro cidades que sediam o Tim Fentival e mais 8 bilheterias em Belo Horizonte, Brasília, Santo André e Campinas. Em BH, os ingressos vão estar disponíveis em 3 locais: na Livraria Leitura do BH Shopping, a partir das 10 da manhã; na Savassi, na Avenida Cristóvão Colombo, número 167, às 8 da manhã e no Chevrolet Hall, ao meio dia. Mas quem não quiser enfrentar fila é só comprar os ingressos via internet, através do site www.ticketmaster.com.br, ou por telefone, com entrega em domicílio. O número é 0300 789 6846. Estudantes e idosos têm direito a 50% de desconto e Clientes da operadora de telefonia que patrocina o evento 20% na compra do primeiro par de ingressos. No Rio de Janeiro, os shows serão na MARINA DA GLÓRIA. Em São Paulo, tanto no AUDITÓRIO do IBIRAPUERA como no ANHEMBI. Em VITÓRIA, no Teatro da UFES. E em CURITIBA, na PEDREIRA PAULO LEMINSKI. Ah... os ingressos para o Tim Festival variam de 40 a 400 reais.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Sereia


O palco do Teatro da Biblioteca Pública e Estadual Luiz de Bessa se transformou em um mar na apresentação de quarta, dia 22 de agosto. O projeto Stereoteca abriu alas para o samba e trouxe a cantora-sereia mineira-carioca Aline Calixo. Dona de uma voz portentosa, a moça, filha de Oxóssi, abriu e fechou o show com a mesma canção para o Orixá. Pesquisadora do samba, Aline levou para o palco músicas que ela encontrou nas andanças pelo interior de Minas, sambas de Kiko Klaus e Makely Ka e clássicos de Paulinho da Viola, Clara Nunes e Geraldo Pereira. Aline dividiu o palco com 2 convidados: o pernambucano Delito e a cantora Patricia Ahmaral. Mas foi sozinha, na segunda parte do show, entoando a canção "Chamado para os homens", composição própria, que Aline atingiu o ponto alto da apresentação. Dava para ver no rosto do público a emoção de ouví-la cantar. Com um domínio de palco impecável, conhecimento de cada acorde e um desenho de cena minuciosamente ensaiado, Aline ainda encontrou tempo para brincar com a platéia. Para o final do ano, Aline prepara o lançamento do primeiro cd com canções Monarco, Nelson Sargento e Moacyr Luz. Ao final da apresentação tive certeza de que até Ulisses-Homero se soltaria do masto e pularia no mar só para ouvir a sereia Aline cantar.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

...porque ouvir música clássica.

Parafraseando o livro de Ítalo Calvino (escritor cubano de nascimento, mas italiano de língua e pátria amada), Por que ler os clássicos, fico com a questão-resposta: porque ouvir música clássica. Nesta segunda, às 21h, assisti o concerto de Antonio Meneses e Celina Szrvinsk. Para alguns, escrevi grego aí do lado, para outros citei um dos maiores nomes da música instrumental da atualidade e de uma grande pianista goiana que mora há tempos em BH. Antonio Meneses é pernambucano. Nasceu em uma família de músicos e mudou-se para a Alemanha para estudar violoncelo aos 17 anos. Já dividiu o palco com Herbert Von Karajan, André Previn e com as Filarmônicas de Berlim, Israel e Moscou. Já Celina é uma figura ativa em projetos dedicados à música de câmera em Minas. Juntos, Antonio e Celina arrancaram aplausos e suspiros do público no Grande Teatro do Palácio das Artes. Para começar, a escolha minuciosa do repertório: Villa-Lobos (Bachianas nº5 e nº2), Camargo Guarnieri, Nadia Boulanger e Martinu. Celina não foi, somente, o pano de fundo de Antonio. Abriu espaço para a maestria de celista, mas não se furtou em momento algum. Já Meneses, sem esforço, tocou com a alma. Cada dedilhado, cada movimento do arco, cada respiração contida desabava um jorro de notas sobre o cello. Que dupla! Que concerto! Tomo de Otto uma frase: "dedo de Deus tocou em mim". Ainda estou em suspenso!

quem mandou ter amigo poeta...

Eu não quero um violão bem tocado,
Eu quero um violão chorado,
Sofrido,
Em amor,
Molhado...
Eu não quero o canto afinado.
Eu quero o canto sentido,
Arrependido,
Ressentido,
Aceso e magoado.
Eu não quero o técnico,
O cru,
O limpo
O correto.
Eu quero o erro humanizado,
O sentimento impregnado,
O amor renovado;
Em erros e acertos lapidado...

Petrônio Souza Gonçalves

domingo, 19 de agosto de 2007

...and all that jazz...

John Coltrane - A Love Supreme
Nina Simone - ne me quitte pas... (sempre)
Thelonious Monk - Monk Alone - The Complete Columbia Solo Studio Recordings: 1962-1968
João Donato - A Bad Donato
Miles Davis - Round Midnight
Charles Mingus - Mingus, Mingus, Mingus...
Rosa Pasos - Amorosa
João Gilberto, Stan Getz e Antonio Carlos Jobim - Getz/Gilberto
Ella Fitzgerald - The Ella in Berlim
Chet Baker - The Best Chet Baker Sings
Duke Ellington - Hot Summer Dance
Billie Holiday - Love for sale

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

4ª Semana da Música de Ouro Branco

Estão abertas as inscrições para a 4ª Semana da Música de Ouro Branco! Até o dia 26 de agosto, o Festival de música erudita recebe inscrições para 26 oficinas de instrumentos de cordas, sopro, canto, canto coral, apreciação musical, musicalização, performance Musical e regência orquestral e de banda sinfônica. De 6 a 13 de outubro, a 4ª Semana da Música toma conta de Ouro Branco. Todos os concertos serão gratuitos e realizados à noite, na Igreja Matriz de Santo Antônio e na Capela de Santana, na Fazenda Pé do Morro. Dentre as atrações já confirmadas estão o violinista russo Sergej Kravtchenko; o regente da Orquestra do Algarve Osvaldo Ferreira; o violista Ori Kam, da Orquestra Filarmônica de Israel e a contrabaixista Diana Gannett, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. A ficha de inscrição para as oficinas está disponível no site http://www.semanadamusica.com/ . O resultado da Seleção será divulgado no dia 3 de setembro. Para saber mais detalhes da programação e das oficinas da 4ª Semana da Música de Ouro Branco acesse o site ou ligue para 31 - 3742-3553.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

"um beijo dói mais que uma porrada"


Segundo Antonin Artaud, o palco é o local onde os corpos se preparam para as batalhas. E subir em um palco, se apresentar para uma platéia, encarar e se entregar para um público, é sempre uma batalha. Pode ser a mais prazerosa possível ou a mais difícil. Depende de cada um! No caso do grupo mineiro Porcas Borboletas é um deleite. O guitarrista Moita Mattos, o cantor, poeta e performer Danislau Também, o baterista Vi Vicious, o percussionista "incidental" Ricardim, o cantor e guitarrista Enzo Banzo e o baixista Rafa Rays não sobem ao palco só para cantar ou tocar. Com toda a irreverência que lhes é particular, eles se arriscam. À cada letra, acorde, espasmo e cena, o Porcas esbanja atitude. Com letras deliciosas como Cerveja, Lembrancinha e Vernissage, o grupo cria e transcria à vontade. Lobão, Caetano e Waly Salomão entram na roda e são subvertidos no liquidificador do Porcas. Com uma performance meticulosamente arrojada e muita graça, os 6 experimentam e curtem a música que fazem. No Stereoteca, o Porcas fez o público se contorcer nas cadeiras. Apenas um corajoso saltou lá na frente e se esbaldou com os vocalistas. A participação especialíssima ficou à cargo da cantora Daniela Borela, do Quarteto Vagamundo. Sem estertores, mas com muita suavidade, Daniela dividiu o palco com a moçada do Porcas e se divertiu. Também, não era para menos. Com o cd “Um Carinho com os Dentes” na bagagem e um show da melhor qualidade, o Porcas Borboletas tem uma apertada agenda durante os próximos meses, como no Festival Jambolada. Bom... segundo a atriz e dramaturga Grace Passô: "Tem coisa que espanca, mas espanca doce". No caso do Porcas Borboletas,"um beijo dói mais que uma porrada".

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Des-Trans-Para-Super-Possíveis Rumos

Olha... que a tecnologia passou uma rasteira nas grandes gravadoras, isso já é fato. O acesso a músicas, conteúdo, artistas, programas de edição, mini estúdios virtuais e mais um monte de traquitanas fez com que o jogo muda-se. Mas atenção, muda-se e não inverte-se. No centro do furacão, estamos nós. A mudança está acontecendo. Pra que lado o vento vai soprar? Qual o rumo da música? ... Só vivendo! Mas uma bússola interessante para esse momento é a internet. Por mais que ela, visceralmente, seja sem centro, não tenha norte, a compreensão e o domínio da linguagem que circula por aqui pode ser um caminho para sobreviver e atuar sobre essa mudança. O motivo desse palavrório todo é que, na terça, assisti uma apresentação de Daniel Ganjaman (Instituto) e Maurício Takara. Duas figuras que mastigam, reeditam, transcriam e decodificam cada pixel de possibilidade que a música e a internet oferecem. Ainda estou sob o efeito de tanto talento, pesquisa e inovação. Cada um em sua ilha, vulgo laptop/sintetizadores/teclado/escaleta e bateria, elevou a platéia para um lugar que só a música, a boa música, alcança. Ah... "esse encontro só foi possível graças à equipe do projeto Claro Minas Instrumental", fala do próprio Ganjaman.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Festival Calango

Duas bandas mineiras vão participar do Festival Calango, em Cuiabá. De 31 de agosto a 2 setembro, a Hell City, nome dado à capital do Mato Grosso por fomentar grande parte da cena independente do rock, recebe 46 bandas de todo o país. De Belo Horizonte, segue o grupo de rock Carolina Diz e de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a banda Dead Smurfs que, segundo o próprio grupo, faz um rock and roll de cara suja. A 5ª edição do festival Calango, um dos 5 maiores festivais do país, também abre as portas para o grupo uruguaio The Supersônicos, que fecha a primeira noite do festival. Criado e promovido pelo Espaço Cubo, centro de fomento e difusão da arte no estado, o Festival Calango tem uma rede de atuação intensa. Além dos shows no espaço Casa Fora do Eixo, coordenado pelo Cubo, workshops, seminários, oficinas de fanzines, concursos de redação, desenho e poesia nas Escolas Públicas Estaduais, mostra de Vídeo e de literatura e mesa de discussões integram o Circuito Fora do eixo. Para acompanhar toda a programação e saber mais detalhes do Festival Calango acesse http://www.espacocubo.blogger.com.br/

domingo, 5 de agosto de 2007

...a primeira vez que eu ouvi...














A Tábua de Esmeralda e Transa - O primeiro foi lançado em 1974. O cavaleiro Jorge embanhou a espada e se entregou a alquimia. O segundo, Transa, de 1972, é um libelo contra a opressão. Ambos, são marcos. Ambos, são discos da minha infância. Minha mãe tinha os dois em vinil. A vida foi dura e eles se transformaram em comida. A vida foi grata e, anos depois, uma amiga (irmã-gênia-bruxa) colocou-os, novamente, em minha vida. É a toada de onda...




Nina - ah...Nina Simone. Alguém me explica de onde sai aquela voz? Como pode alguém cantar como se tudo fôsse acabar e pronto. É a última vez! Ouvi um vinil em um reveillon em São Paulo há anos. Guardei o nome e a voz como uma jóia. Que cantante! Ela canta perto como se confidenciasse ou dividisse algo muito íntimo. É sempre uma experiência. (Something to live for / Wild is the wind / Take me to the water / Ne me quitte pas)



Elgar - o chão se abriu. Sabe a sensação de que nada e ninguém ao seu redor pode te alcançar, que o espaço e o tempo são duas balelas e que só o som atravessa qualquer imensidão... Pois é! O Palácio das Artes perdeu portas, paredes, teto e chão. Fechei os olhos e fui embora com a música. Às vezes, tenho a impressão de que não voltei... (Elgar - concerto para cello)

Are you experienced - sabe um soco, uma porrada, um tufão te atingindo por todos os lados. Taí! Ouvi, a primeira vez, há anos e anos atrás. (Grata, mais uma vez, Carol!) Aí, em uma noite fria na casa da Tiça e do Gu (irmã e cunhado), eles colocaram o Jimi, só que em um som com válvulas, hidrogênio, sei lá o que, com duas caixas quase do meu tamanho, não sei quantos canais... e eu lá. Uhm.. põe a música, mané! Começou e olha aquela traquitana inteira fez sentido. Eu não sabia o que estava ouvindo. Era a banda para um lado, o Jimi pro outro, a guitarra no fundo, a voz mais melódica do mundo, uma risada... o que foi aquilo!? Fiquei fã do Blueberry. (Are you experienced? / Purple Haze / Foxey Lady)