Em 1991, surgiu na cidade de Bristol, na Inglaterra, uma cena independente que, de certa forma, influenciou toda essa onda eletrônica que faz parte do rock nos dias atuais. Massive Attack, Tricky e Portishead encabeçaram essa mudança de comportamento e sonoridade. De todos, o Portishead foi e ainda é o mais célebre. Criado por Beth Gibbons, Geoff Barrow and Adrian Utley, o grupo do Reino Unido tem nas trilhas dos filmes de espionagem uma grande influência, daí a larga utilização das músicas deles no cinema. Beleza Roubada, O senhor da Guerra, Batman & Robin, Psicopata Americano, dentre outros longas trazem as canções do grupo inglês. E nos dias 5 e 6 de maio de 2008, aqui em Paris, o grupo subiu ao palco do Le Zénith para mostrar a última criação. O Portishead tem 3 discos de estúdio: Dummy de 1994; Portishead de 1997 e o récem lançado Third de 2008. O grupo ainda gravou um disco ao vivo acompanhado pela Filarmônica de Nova York, o álbum Roseland NYC Live de 1998. No entreato, cada um seguiu carreira solo. Gravaram outros discos, participaram de coletâneas, montaram gravadoras, mergulharam na música eletrônica e se encontraram em outubro de 2007 para criar o terceiro disco. O show no Le Zénith trouxe um trio para lá de turbinado. Os 3 integrantes da banda subiram ao palco acompanhados de 2 djs e um bateirista. A sonoridade foi impressionante! Assim que o show começou, um texto em português, mas português do Brasil, não de Portugal, introduziu a banda. Confortáveis, desencanados e nem um pouco apressados, o que causou um certo incômodo nos franceses, banda e músicos convidados fizeram um belo concerto. Copos d'água, cadeiras, sintetizadores e câmeras lado a lado com os artistas no palco. Sucessos, é lógico, fizeram parte da apresentação. Mas uma coisa muito interessante é a forma como eles utilizam as bases eletrônias. Eu tenho minhas restrições quanto a música só eletrônica. Parece que falta algo. Mas, ontem, no show, isso deu uma guinada. Vi e ouvi artistas criarem bases e momentos maravilhosos para a voz (no caso atormentada e belíssima de Beth Gibbons), para a guitarra, o baixo e o banjo. A música estava em primeiro plano, não um computador. Em tempo real, a performance no palco era editada e exibida em 3 telões que funcionavam como cenário e suporte de luz. Uma metalinguagem interessantíssima para um grupo que tem no cinema fonte de inspiração e diálogo. Tranquilos, eles voltaram para um bis, fizeram um show de 2 horas e ainda brindaram com garrafinhas de cerveja a apresentação.
3 comentários:
cris
envie este texto para o Leo esta muinto interessante,voce esta ecletica no que escreve
ai, mama, te amo
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