segunda-feira, 31 de março de 2008

Les Éphémères

Vir a Paris e poder conhecer o Thêatre du Soleil é uma experiência delicada e forte. Imagine um grande galpão dividio em 2 palcos, livraria, bar e tenda de ensaios. Assim é o espaço do Soleil na Cartoucherie, antiga fábrica de armas e hoje casa 4 grupos de teatro em Paris. Les Éphémères é o nome do espetáculo que vi no domingo. A idéia é muito comum nos dias de hoje: várias cenas, no caso 29, que se cruzam, se trombam e inteferem ou não uma na outra. Em cena, 32 atores de 4 a 70 anos de idade. Isso mesmo, criancas, velhos, homens e mulheres de todas as idades. A presença forte da brasileira Juliana Carneiro da Cunha, atriz do grupo há quase duas dácadas, é visível em grande parte das cenas. Ela passa pelas cenas como persongem principal ou participação afetiva. Mas o que me pôs de joelhos perante a apresentação de 6h30 (isso mesmo: seis horas e trinta minutos de peça) é a habilidade de Ariane Mnouchkine de construir uma forma única para contar uma história. Cada cena deslizava pelo palco em pequenos platos empurrados por 2 ou 3 atores.
Cada pequeno momento de intimidade fluía no palco e passava de um lado a outro da arena como pequenos quadros vivos, pequenas lembranças que vão e voltam em nossa memória. Alguns atores souberam dar o tom acima do real, do natural, do cotidiano que as cenas super simples e plausíveis pediam. Mas a construcão, a forma como Ariane, a meteur-en-scène, criou aquilo tudo é que é de tirar o chão. Ainda estou sob o efeito de tanta simplicidade e beleza. Realmente, 6h30 de peça é algo difícil de imaginar. Mas é possível pelo tom e pela idéia!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Futebol com franceses

Hoje, em um café, acabei vendo o jogo de futebol da França com a Inglaterra. As pessoas e o dono do bar me perguntaram para quem eu torcia. Foi irresistível falar que eu sou brasileira e ver a cara deles. Com um sorriso largo no rosto, todos, 4 homens de idades diferentes, fizeram questão de lembrar o 3x0 entre Brasil e França. E deixaram claro: Zidane é o açougueiro do Brasil e coisa e tal. Olha, não curto futebol, mas as reações são tão engraçadas que eu queria uma máquina aqui para registrar. Futebol não é só uma paixão nacional, como dizem no Brasil! É um caso sério de amor e loucura entre o sexo masculino, a bola e os gladiadores que correm de um lado para o outro. Em um jogo, sempre espero pelo 0x0. Acho um resultado justo e menos barulhento. Só que hoje, contra a Inglaterra, vou torcer para a França. Os franceses não sorriem muito. São bem sérios e não se abrem facilmente, mas, no bar, eles sorriram beaucoup para mim e para o match.

terça-feira, 25 de março de 2008

Europa - Paris - França

Meus caros leitores e amigos, teremos mudanças por aqui. A partir de hoje, começo um singelo projeto em meu blog. Ao invés de falar do Brasil, dou minhas opiniões e pontos de vista daqui da Europa. Durante uns 6 meses, devo postar notícias sobre os costumes, modos, curiosidades e affaires do Velho Mundo. Não será nada encomendado ou terceirizado. Por enquanto, faço por conta própria e aqui no blog que vos fala "na larga". Meus companheiros do Coletivo PDM estão à todo vapor com o possível programa de rádio. Eu faço um leve promenade pelo Velho Continente e envio impressões sobre a vida do lado de cá. Completamente agasalhada e com 5 graus para enfrentar, não vou me ater a preceitos jornalísticos. Serão opiniões selvagens e bem pouco politicamente corretas. Que delícia!

Exemplo: a imprensa por aqui bate sem dó no Presidente Nicolas Sarkozy. Motivo: o discurso é um e a fala é outra. Só o enlace com a diva Carla Bruni é aceito pelo povo francês. De resto, Sarkozy é visto como ex-corno (a ex-primeira dama já se casou com o namorado Richard), defensor da extrema direita (ainda se usa esse tipo de denominacão), a favor de programas nucleares (o novo submarino francês movido a energia nuclear foi batizado pelo Presidente de "Le Terrible") e simpatizante dos conservadores americanos (Sarkozy tirou fotos abraçado com o candidato ao cargo de presidente do EUA, Mister Cain). Olha, bem que a imprensa brasileira podia deixar de lado a "bondade" velada e dar uma boa chamada em nosso Presidente. Por aqui, tem gente que ainda sente falta de FHC. Surpreendente! Menos politicamente corretos que nós e bem mais ferinos, os jornalistas franceses criticam o que vêem pela frente. Bom, né!