Vir a Paris e poder conhecer o Thêatre du Soleil é uma experiência delicada e forte. Imagine um grande galpão dividio em 2 palcos, livraria, bar e tenda de ensaios. Assim é o espaço do Soleil na Cartoucherie, antiga fábrica de armas e hoje casa 4 grupos de teatro em Paris. Les Éphémères é o nome do espetáculo que vi no domingo. A idéia é muito comum nos dias de hoje: várias cenas, no caso 29, que se cruzam, se trombam e inteferem ou não uma na outra. Em cena, 32 atores de 4 a 70 anos de idade. Isso mesmo, criancas, velhos, homens e mulheres de todas as idades. A presença forte da brasileira Juliana Carneiro da Cunha, atriz do grupo há quase duas dácadas, é visível em grande parte das cenas. Ela passa pelas cenas como persongem principal ou participação afetiva. Mas o que me pôs de joelhos perante a apresentação de 6h30 (isso mesmo: seis horas e trinta minutos de peça) é a habilidade de Ariane Mnouchkine de construir uma forma única para contar uma história. Cada cena deslizava pelo palco em pequenos platos empurrados por 2 ou 3 atores.
Cada pequeno momento de intimidade fluía no palco e passava de um lado a outro da arena como pequenos quadros vivos, pequenas lembranças que vão e voltam em nossa memória. Alguns atores souberam dar o tom acima do real, do natural, do cotidiano que as cenas super simples e plausíveis pediam. Mas a construcão, a forma como Ariane, a meteur-en-scène, criou aquilo tudo é que é de tirar o chão. Ainda estou sob o efeito de tanta simplicidade e beleza. Realmente, 6h30 de peça é algo difícil de imaginar. Mas é possível pelo tom e pela idéia!
4 comentários:
Que delícia...
Seis horas, ta me gozando...
tb acho q. seis hs e uma loucura
loucura da melhor qualidade
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