quarta-feira, 17 de setembro de 2008

in-i











Cinema, artes plásticas e, agora, dança. Juliette Binoche é uma artista. Não consigo adjetivos suficientes para classificá-la e nem acho necessesário enquadrar alguém que vai do drama (Bleu) à comédia (Dan in Real Life); do desespero (Caché) ao amor (Les Amants du Pont-Neuf); da insolência (capa e recheio da Playboy aos 40 anos) à maternidade e com uma voltagem pouco vista na arte. Nesta semana, Binoche sobe ao palco do National Theatre, em Londres, mas não com uma peça, e, sim, com uma coreografia. Junto ao ator-bailarino AKram Khan (inglês, filho de indianos, bailarino de Katahk e que estreou nos palcos europeus aos 14 anos na épica montagem Mahabharata de Peter Brook), Binoche desenvolveu a coreografia "in-i". Da montagem, consegui apenas rastros. Da experiência de ver essa artista indecifrável e única, fica a vontade de conferir mais uma de suas obras.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

She & Him (=Zooey Deschanel +Matt Ward)

Pai - diretor de fotografia; mãe - atriz; irmã (mais velha) - atriz; Zooey Deschanel - atriz, cantora, compositora, escritora... Para quem ainda não entendeu, este post é sobre Zooey Deschanel, uma atriz californiana que também é cantora e ainda abarca mais um monte de predicados. Com 28 anos, Zooey, ao que parece, constrói com cuidado uma carreira no cinema norte-americano. Ambiente em casa para a criação a moça teve, mas não parou por aí. Zooey, cohecida de filmes como Quase Famosos, Fenômeno e O Assassinato de Jesse James e da série Weeds, acaba de lançar o primeiro cd da carreira. Diferente da renca de atrizes-cantoras, a moça compõe e, diga-se de passagem, muito bem. O cd Volume 1, primeiro álbum do grupo She & Him (him mesmo, not he), traz a assinatura da dupla Zooey e Matt Ward. O disco é uma pérola folk que não pára de tocar no meu iTunes. Sentimental Heart, Change is Hard e I Was Made for You trazem um que dos anos 60 com uma roupagem indie. Dois duetos são trilha certa para embalar muitas e muitas noites. Em You Really Gotta Hold On Me, Zooey e Ward dão um tom de confição para um diálogo amoroso lindíssimo. E da dupla Lennon/McCartney, Zooey e Ward regravaram I Should Have Known Better. Já a canção que mais bebe da música country norte-americana é mesmo Got Me. Divertido, tocante, um pouco ácido e com um ar vintage, She & Him faz homenagem aos Beach Boys, Beatles, folk, country e ainda revela uma bela voz. Para ser ouvido com atenção!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Made in China

Na Europa, coreanos, japoneses e algerianos circulam aos montes pelas escolas de línguas, mas não são a maioria. Os chineses, estes sim, estão presentes em 99,9% das turmas dos cursos para estrangeiros na França. Lógico, não só nas escolas, mas nos bares, cafés, supermercados, praças, monumentos, museus e por onde quer que qualquer pessoa for por aqui. Mas eles não estão só a passeio. Essa é que é a diferença! O número de imigrantes chineses aumenta a cada dia. Mão-de-obra qualificada, por onde vão, arrebatam empregos e alguns desafetos.  Em Roma, já dominaram o bairro da Estação Central e comandam o comércio de roupas da região. Já em Paris, o bairro de Belleville, que fica entre os quartiers 18 e 19, reduto dos africanos, foi partido ao meio. Metade para a África e metade para China. A passagem e estada dos chineses é tão marcante que as mudança impressas na economia local são de assustar. Vão dois exemplos: sabe aquele lenço palestino, xadrez, de linho, feito à mão e que acompanhou a figura de Yasser Arafat desde sempre, pois é, ele se tornou a moda da vez em Paris. Colorido ou tradicional, é raro não sair na rua e cruzar com alguém portando o belo lenço (só que no pescoço, na cintura ou na bolsa). Produzido, até então, por 3 famílias na Palestina, o lenço caiu no gosto popular e os chineses entenderam a mensagem. Começaram a produzir em massa e a preços pra lá de populares. Um original sai a 25 euros; um chinês entre 10 e 3 euros, basta procurar. Já nas lojas de bijoux, quando uma vendedora diz o preço de um brinco, colar ou broche, uma frase muito curiosa vem junto: "É 12 e não 2 euros. Foi produzido aqui na França, não é Made in China."