Na Europa, coreanos, japoneses e algerianos circulam aos montes pelas escolas de línguas, mas não são a maioria. Os chineses, estes sim, estão presentes em 99,9% das turmas dos cursos para estrangeiros na França. Lógico, não só nas escolas, mas nos bares, cafés, supermercados, praças, monumentos, museus e por onde quer que qualquer pessoa for por aqui. Mas eles não estão só a passeio. Essa é que é a diferença! O número de imigrantes chineses aumenta a cada dia. Mão-de-obra qualificada, por onde vão, arrebatam empregos e alguns desafetos. Em Roma, já dominaram o bairro da Estação Central e comandam o comércio de roupas da região. Já em Paris, o bairro de Belleville, que fica entre os quartiers 18 e 19, reduto dos africanos, foi partido ao meio. Metade para a África e metade para China. A passagem e estada dos chineses é tão marcante que as mudança impressas na economia local são de assustar. Vão dois exemplos: sabe aquele lenço palestino, xadrez, de linho, feito à mão e que acompanhou a figura de Yasser Arafat desde sempre, pois é, ele se tornou a moda da vez em Paris. Colorido ou tradicional, é raro não sair na ru

a e cruzar com alguém portando o belo lenço (só que no pescoço, na cintura ou na bolsa). Produzido, até então, por 3 famílias na Palestina, o lenço caiu no gosto popular e os chineses entenderam a mensagem. Começaram a produzir em massa e a preços pra lá de populares. Um original sai a 25 euros; um chinês entre 10 e 3 euros, basta procurar. Já nas lojas de bijoux, quando uma vendedora diz o preço de um brinco, colar ou broche, uma frase muito curiosa vem junto: "É 12 e não 2 euros. Foi produzido aqui na França, não é Made in China."