Depois de um longo e tenebroso inverno de saúde baqueada, volto a postar aqui nessas plagas. Afinal, para que ter um blog se ele não está na ativa?! Algumas mudanças virão como, quem sabe, novo formato, novas cores, novo layout, mas o conteúdo... ah... esse continua o mesmo: sem censura, abaixo à caretice e mandando os politicamente corretos para outros endereços da rede. Com prazer e saudade (de escrever o que eu gosto, principalmente), e compartilhar com os coletivos, amigos e internautas as delícias e agruras da cultura e afins, abro essa nova fase com uma das poesias que eu mais amo na vida:
Dona Doida
de Adélia Prado
Uma vez, quando eu era menina, choveu grosso
com trovoadas e clarões, exatamente como chove agora.
Quando se pôde abrir as janelas,
as poças tremiam com os últimos pingos.
Minha mãe, como quem sabe escrever um poema,
decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de ovos.
Fui buscar os chuchus e voltando agora,
trinta anos depois. Não encontrei minha mãe.
A mulher que me abriu a porta, riu de dona tão velha,
com sombrinha infantil e coxas à mostra.
Meus filhos me repudiaram envergonhados,
meu marido ficou triste até a morte,
eu fiquei doida no encalço.
Só melhoro quando chove.
Desejo a mim e aos meus amigos mais poesia na vida, mais tempo e coragem!
3 comentários:
Bem-vinda!
Estava sumida, voltei à vida!
cris lindona,
coragem pra chupar o chiclé de manga, viu....!
minha juju adorou! e devorou!
hehehe...
beijocas
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