quinta-feira, 20 de setembro de 2007

No embalo do sax

E vamos ao Tudo é Jazz... Terminou no domingo a sexta edição do festival mais charmoso de Ouro Preto. Durante os 4 dias de festa, a diversidade da produção jazzística mundial imperou. Mas o sax, isso mesmo, o saxofone, esse senhor grave e delicado que transporta a alma para outros recônditos, foi o grande protagonista da festa. Tanto na quinta com a apresentação do jovem saxofonista Joshua Redman (que eu não vi, só ouvi o murmurinho da imprensa e do público), como no sábado, com o show do mestre Bud Shank (um Deus do alto de seus 84 anos dedicados à música), o sax emocionou a platéia. Mas nem tudo foi como esperado! Na sexta, a aguardada apresentação de Madeleine Peyroux não empolgou tanto o público como o show do quinteto do baixista israelense Omer Avital. Madeleine subiu ao palco e cumpriu a pauta: um show curto, com alguns sucessos, muita delicadeza, brincadeiras, um leve protesto contra George W. Busch e 2 músicas de bis. Já Avital teve uma performance marcada pelo improviso e entrega. Foi aplaudido de pé! No sábado, no Largo do Rosário, Cliff Korman e Jorge Cutello fizeram um belo Tributo a Pacífico Mascarenhas. O Largo estava cheio, mas não como no ano passado quando a Orquestra de Nova Orleans tomou conta de Ouro Preto. Mas foi à noite, no sábado, no Centro de Convenções, que o Festival atingiu o ponto alto. João Donato e Bud Shank subiram ao palco acompanhados pelo baterista Robertinho Silva (um xamã) e pelo baixista Luiz Alves. Aos primeiros acordes de Bud Shank, a platéia suspirou. Foi impressionante! O saxofonista norte-americano foi a estrela da noite. João Donato também brilhou, mas abriu espaço para Bud. Afinal, segundo o próprio Donato, é graças a Bud Shank que ele entrou no circuito americano de jazz. Quem fechou a noite foi o violonista Oscar Castro-Neves. Depois de um jejum de 15 anos sem tocar no Brasil, Oscar subiu ao palco do Tudo é Jazz empolgadíssimo. Mas... teve que sair do palco e esperar 20 minutos nas coxias até que problemas com o som fossem solucionados. Contudo, isso não diminuiu em nada a força e a beleza da apresentação de Oscar. Já no domingo, Ivan Lins cancelou a participação com a maestrina Maria Schnaider. Não deixou saudades! Quem viu, garante: Maria e os 22 músicos brasileiros (dentre eles André Mehmari, Chico Ahmaral e companhia) fizeram uma das mais belas apresentações em praça do Tudo é Jazz.

2 comentários:

Luiz Antônio Navarro disse...

deve ter sido lindo, cris!

Unknown disse...

Foi mesmo, Louis! Uma das performances de um homem no palco mais fortes que eu vi na vida. Tanto quanto a Vertigem, o Antunes e o Veronese (3 figuras do teatro). Mas palco é palco e ponto.