quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Silvia Gommes

Uma das vozes mais bonitas que eu já ouvi! Silvia Gommes (ex-Silvéria Leão lá dos idos do Mandrágora) canta, encanta, desencanta e acalanta quem a escuta. Figura de temperamento forte e de pouco pé no chão (tem ar demais no entorno da moça), Silvia ainda está descobrindo qual caminho trilhar. Entre a música e a cena, uma coisa é certa - Silvia nasceu para cantar. Mas que fique claro: ela vive a música. Sente, sofre, se entrega e, às vezes, precisa ser trazida de volta à força. Mas é ali, no palco, com um microfone na mão que a moça é o que nasceu para ser - uma intérprete. E das mais lindas que já vi em cena. Tem quem ame, quem goste, quem estranhe ou se afete, mas é inegável o valor, a pedra preciosa que está ali. Mestre Jonas, Makely Ka, Dudu Nicácio são alguns compositores que fazem parte das linhas traçadas por Silvia. Para quem ainda não ouviu a moça cantar, aqui vai: Silvia Gommes se apresenta no projeto Música no Belas, sexta, dia 28 de setembro, às 9 e meia da noite, no Usiminas Belas Artes, na rua Gonçalves Dias, 1581, Lourdes. Ingressos a 8 reais.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

3 dias imperdíveis

Música erudita, rock, jazz, samba e instrumental erótico (ainda não sei o que é isso, só depois do show é que vou descobrir). A Praça da Liberdade vai ficar pequena para abrigar a maratona de shows do festival Claro Minas Instrumental. Danusa Carvalho, produtora e curadora do festival, selecionou um time de primeira para o encerramento da edição 2007. Lá vai:


Domingo

Cléber Alves e Dudu Maia

...a partir das 18h


Segunda

Proa, Macaco Bong e Túlio Mourão

...a partir das 19h


Terça

Aliéksey Viana, Paul McCandless e Dimas Goudaroulis

...a partir das 19h


Todos os shows são gratuitos!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Abra Palavra - Minas no Rio

Quarta-feira, 2 artistas daqui de Minas vão mostrar o que é feito entre montanhas em outras praias. Vitor Santana e Mariana Nunes se apresentam em Copacabana, no Rio de Janeiro. Com a participação do percussionista Armando Marçal, Vitor e Mariana mostram o show "Abra Palavra". Ao lado de Kiko Mitre, Rogério San, Flávio Henrique e Rafael Barata (único carioca no time mineiro), a dupla sobe ao palco da Sala "Baden Powell", Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 360, às 19h. Ingressos a 10 reais.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

No embalo do sax

E vamos ao Tudo é Jazz... Terminou no domingo a sexta edição do festival mais charmoso de Ouro Preto. Durante os 4 dias de festa, a diversidade da produção jazzística mundial imperou. Mas o sax, isso mesmo, o saxofone, esse senhor grave e delicado que transporta a alma para outros recônditos, foi o grande protagonista da festa. Tanto na quinta com a apresentação do jovem saxofonista Joshua Redman (que eu não vi, só ouvi o murmurinho da imprensa e do público), como no sábado, com o show do mestre Bud Shank (um Deus do alto de seus 84 anos dedicados à música), o sax emocionou a platéia. Mas nem tudo foi como esperado! Na sexta, a aguardada apresentação de Madeleine Peyroux não empolgou tanto o público como o show do quinteto do baixista israelense Omer Avital. Madeleine subiu ao palco e cumpriu a pauta: um show curto, com alguns sucessos, muita delicadeza, brincadeiras, um leve protesto contra George W. Busch e 2 músicas de bis. Já Avital teve uma performance marcada pelo improviso e entrega. Foi aplaudido de pé! No sábado, no Largo do Rosário, Cliff Korman e Jorge Cutello fizeram um belo Tributo a Pacífico Mascarenhas. O Largo estava cheio, mas não como no ano passado quando a Orquestra de Nova Orleans tomou conta de Ouro Preto. Mas foi à noite, no sábado, no Centro de Convenções, que o Festival atingiu o ponto alto. João Donato e Bud Shank subiram ao palco acompanhados pelo baterista Robertinho Silva (um xamã) e pelo baixista Luiz Alves. Aos primeiros acordes de Bud Shank, a platéia suspirou. Foi impressionante! O saxofonista norte-americano foi a estrela da noite. João Donato também brilhou, mas abriu espaço para Bud. Afinal, segundo o próprio Donato, é graças a Bud Shank que ele entrou no circuito americano de jazz. Quem fechou a noite foi o violonista Oscar Castro-Neves. Depois de um jejum de 15 anos sem tocar no Brasil, Oscar subiu ao palco do Tudo é Jazz empolgadíssimo. Mas... teve que sair do palco e esperar 20 minutos nas coxias até que problemas com o som fossem solucionados. Contudo, isso não diminuiu em nada a força e a beleza da apresentação de Oscar. Já no domingo, Ivan Lins cancelou a participação com a maestrina Maria Schnaider. Não deixou saudades! Quem viu, garante: Maria e os 22 músicos brasileiros (dentre eles André Mehmari, Chico Ahmaral e companhia) fizeram uma das mais belas apresentações em praça do Tudo é Jazz.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Jambolada 2007


Começa nesta sexta o festival Jambolada. Uberlândia, no interior de Minas Gerais, recebe artistas da cena independente de todo o Brasil. As apresentações começam às 6 da tarde e seguem noite adentro tanto na casa de shows Acrópole como na Praça Sérgio Pacheco. Na edição de 2007, o festival conta ainda com Ciclo de Debates sobre Circulação, Distribuição e Produção de conteúdo e a comunicação dos Festivais independentes. Na sexta, sobem ao palco da casa de shows Acrópole, os grupos Vandaluz, Acidogroove, Proa, Falcatrua, Juanna Barbera, Tom Zé, Los Porongas, Vanguart, Porcas Borboletas e Daniel Belleza & Os Corações em Fúria. No sábado é a vez das bandas Um Bando e o Fim da Quadrilha, The Dead Lover's Twisted Heart, Super HI-FI, Estrume’n’tal, Dead Smurfs, Astronautas, Supergalo, Superguidis, Antena Buriti e Nação Zumbi. E no domingo, a banda Gira Lua, o grupo Duofel, o cantor Makely Ka e os grupos O Quarto das Cinzas e Móveis Coloniais de Acaju. Informações sobre programação no site: www.jambolada.com.br

E tem coco em Minas Gerais...


Entre 1928 e 1929, Mário de Andrade correu o Brasil atrás de melodias tradicionais. Um dos ritmos que o escritor encontrou foi o coco, uma dança típica que, do norte de Minas ao nordeste do Brasil, apresenta variações. Aqui nessas Gerais, o Coco é mais conhecido como calango. E o
Grupo de Coco Ouricuri, criado em 2003 por Poliana Cruz, Nara Magalhães, Aryane Paola, Tereza Moura, Yuri Lisboa, Negoleo e André Salles-Coelho, pesquisou o acervo de 245 melodias de coco recolhidas por Mário de Andrade. Delas, 18 foram escolhidas para integrarem o primeiro disco do grupo Ouricuri, o cd Os Cocos. Os músicos se debruçaram sobre a pesquisa de Mário de Andrade para levarem as canções para o estúdio. A partir de instrumentos como pifes, rabecas, tamancos, tambores, violões, reco-recos, ganzás e percussão, o grupo reconstitui as melodias e gravou o cd Os cocos. O disco conta ainda com a participação de Tavinho Moura e Sérgio Pererê. Se você quiser conferir o resultado dessa pesquisa melódica acesse www.myspace.com/grupodecocoouricuri ou vá nessa segunda ao Teatro Francisco Nunes, às 8 e meia da noite. Lá, o Grupo de Coco Ouricuri lança o álbum Os Cocos. A apresentação é gratuita.

Tudo é Jazz

Começa nesta quinta a sexta edição do festival Tudo é Jazz. Ouro Preto se transforma na capital do jazz de 13 e 16 de setembro. Durante os 4 dias, o Salão Diamantina do Centro de Convenções da UFOP, o Teatro Ouro Preto e o Largo do Rosário recebem shows dos maiores nomes do jazz nacional e internacional. Na quinta, o Duo Sete Estrelo, o Duo Violar, o Grupo Linha Verde e Rufo Herrera e Quinteto Tempos tocam no Largo do Rosário. Já no Centro de Covenções, a Orquestra Experimental da UFOP, Mauro Senise, The Joshua Redman Trio e Wallace Roney Sextet se apresentam. Na sexta, no Largo do Rosário é a vez de Juarez Moreira, Célio Balona e Nivaldo Ornellas. À noite, o trio do pianista americano Aaron Goldberg, a trompetista Ingrid Jensen, o quinteto do baixista israelense Omer Avital e a cantora Madeleine Peyroux são as atrações no Centro de Convenções. No sábado, André Dequech Trio, Cliff Korman e Jorge Cutello em um Tributo a Pacífico Mascarenhas e Toninho Ferragutti se aparesentam no Largo do Rosário. No Centro de Convenções, o Sambajazz Trio, o Duofel, João Donato e o saxofonista Bud Shank e o violonista Oscar Castro-Neves se apresentam. E no domingo, a maestrina Maria Schneider tacompanhada de 22 músicos brasileiros, dentre eles Ivan Lins e Marina Machado, fazem uma jam session no Largo do Rosário. Na praça, os shows são gratuitos. Já no Centro de Convenções, os ingressos custam 160 por dia. Passaporte a 380 reais. Para acompanhar cada detalhe da programação acesse www.tudoejazz.com.br

sábado, 8 de setembro de 2007

Para quem busca a felicidade...

"O rei Midas se embrenha na floresta em busca de Sileno, o sábio preceptor de Dioniso. Uma angústia o move: É que nem o viver, nem o poder, nem o ter asseguram a felicidade dos homens. Por isso Midas vai à floresta em busca de Sileno, com uma pergunta angustiante: O que então o homem tem de fazer para ser feliz? Sileno responde: (Átlios brotós) Mísero mortal, por que queres sabê-lo? O que o homem pode fazer para ser feliz é não ter nascido, mas, uma vez que já nasceu, só lhe resta morrer."

http://acd.ufrj.br/~travessiapoetic/interpret/poiesisetica.htm

Um recorte mitológico (para a vida) enviado pelo psicólogo Bruno Curcino Hanke.

Grata!

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Juá


Apelidos são como marcas. Para alguns, se transformam até em primeiro nome, para outros estorvo. Mas tem gente que sublima e, em uma boa fase, batiza o que tem de mais sigular e autoral com esse novo sujeito. Para o compositor, violonista, guitarrista, arranjador e produtor Juarez Moreira, Juá parece ser a forma mais carinhosa e autêntica de ilustrar o momento na carreira. E que momento! Este ano, Juarez tocou em Nova York, Boston e New Hampshire. Semana que vem, participa do festival Tudo É Jazz, em Ouro Preto. E foi com esse apelido de infância que Juarez batizou o novo álbum Juá. Oitavo disco de Juarez (e terceiro trabalho autoral), Juá é do começo ao fim um mar de sofisticação. Nas 13 faixas do cd, o músico vai do choro ao jazz, do clássico ao contemporâneo com delicadeza. Afinal, são 29 anos de estrada. Do disco, destaco as músicas “Wes”, dedicada a Wes Montgomery (ídolo de Juarez) e “Castelo”, uma homeangem ao baterista Mário Castelo, que faleceu em 2006. Para quem ainda não ouviu, fica aí a dica a dica: Juá.

domingo, 2 de setembro de 2007

Querô

No dia 14 de setembro, estréia, em quase todo o Brasil, o longa metragem Querô, inspirado no livro Querô- uma reportagem maldita do saudoso Plínio Marcos (como artistas com a força instigadora de Plínio fazem falta, meu Deus). Bom, o filme você vai ver nas telas de cinema! Mas por trás da produção cuidadosa da Gullane Filmes está um projeto como poucos no Brasil de transformação. O elenco de Querô foi selecionado dentre 1.200 jovens que vivem na Baixada Santista. Não são adolescentes oriundos de cursos de teatro, não que isso seja um problema. Afinal, eu vim de um curso de teatro. Mas a questão é que o filme possibilitou a 40 adolescentes que vivem cercados pelo labo Z do mundo, inseridos nele do cóccix até o pescoço, a possibilidade de transformação através da arte. Tem algo mais sublime?! Aguém pode me dizer? Para o filme, os meninos passaram por oficinas de capoeira, interpretação, consciência corporal, noções de cinema, câmera e mais um monte de aulas condensadas em 5 semanas. Aí veio a escolha do elenco, a chegada dos atores profissionais Maria Luísa Mendonça, Ailton Graça e Milhem Cortaz, a apropriação do roteiro( que fique claro, o roteiro de Querô ganhou Sundance, mas o que foi filmado, o que está na tela são as improvisações dos atores), e a filmagem. Mas a grande subversão é que o filme não parou por aí. Após o longa, surgiram as oficinas Querô.
Projeto de formação de artistas para a sétima arte. Produção, direção, roteiro, figurino, cenário, direção de arte, montagem e todo o universo que envolve um filme. O resultado de tudo isso? O documentário "eu fiz Querô" dirigido por Carlos Cortez (diretor do longa) e pelos jovens Eduardo Bezerra e Samuel de Castro (integrantes da oficina) e mais dois curtas. O tema que norteia o longa Querô é o abandono. A ação concreta por trás do filme é o resgate.