domingo, 31 de agosto de 2008

Prego


Putains 4 ans! A frase pode parecer xula, pesada e ofensiva, mas funciona que é uma beleza para a afirmação de que ainda faltam 4 anos ( e que 4 anos) para que o mandato de Nicolas Sarkozy acabe. De uma forma nem um pouco delicada e muito menos sutil, uma revista estampou essa frase na capa com a foto de Bling Bling. Ah... para quem não sabe, Bling Bling é o nome que a imprensa deu para o Presidente da França. O apelido surgiu depois que Sarkozy comparou os franceses com os americnos em rede nacional e disse em bom tom: "Devemos trabalhar como os americanos para ganhar como os americanos". A imprensa não perdoou e a população adorou. Mas a minha curiosidade é que, no Brasil, estamos em época de eleições. Algumas alianças deixaram os mais puristas avermelhados (ou melhor dizer amarelo-azulados). Do lado de cá do Atlântico, gostaria muito de saber o que pensam meus amigos, colegas e familiares sobre a ofensiva Jô Moraes e sobre o candidato-empresário da coligação PT-PSDB. É verdade mesmo que ele fala da esposa na Tv? Do dia em que a conheceu e coisa e tal? Bom, recém-chegada de terras italianas, aprendi uma expressão que me deixou meio vexada no começo. Para tudo se diz prego! Obrigada - prego; ciao - prego; valeu - prego; a gente se vê - prego. Ok, prego! Enfim, em meio a tantos pregos, prego, espero, prego, a colaboração de cada um, prego, para eu me inteirar, prego, nas eleições de BH, prego!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Ao Deus dará

Roms é a forma como a União Européia encontrou para denominar os povos ciganos. Como as etnias são muitas (vale ver Gadjo Dilo do cineasta gitano Tony Gatlif), esta foi uma forma prática e correta para designar essa cultura. Mas o que pega mesmo é a questão do cigano na contemporaneidade. Como eles não tem domicílio fixo, não possuem Carteira de Trabalho, alguns não possuem nem certidão de nascimento e muitos não sabem nem ler e escrever, eles são o exemplo do que há de mais a margem na União Européia. Aqui na Itália (estou a passeio pela "Bota") o que choca  é a forma como as autoridades lidam com os Roms. Na Alemanha pré-Segunda Guerra, o primeiro movimento dos nazistas em relacão aos judeus foi registrá-los um a um e tirar as impressões digitais. Pois é, aqui na Itália, o governo faz a mesma coisa com os Roms. E pior: os jornais, tvs, rádios e sites do grupo de Silvio Berlusconi começaram uma política em massa contra os Roms. Chegaram ao cúmlo de postar na capa de revistas e jornais do grupo fotos de uma criança cigana presa por roubo (ele não comia há dias) junto com a frase: "Criado para roubar". Indico para quem quiser mais informações sobre o assunto o site da revista Courrier Internacional

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Existe um país...

Depois de longa e tenebrosa ausência, volto por essas plagas por um motivo muito simples: em meio aos Jogos Olímpicos, (diga-se de passagem a abertura criada por Zang Yimou foi a mais bonita que eu vi até hoje) alguém se lembra que existe um país chamado Georgia? Que ele foi invadido pela Rússia no dia seguinte a abertura dos Jogos? Que aduanas, hospitais, áreas residenciais e rodovias foram os primeiros alvos? Na França, uma coisa que eu admiro é a importância que o povo francês dá para a liberdade. Sei que o Presidente Bling Bling (forma muito carinhosa como a imprensa chama o atual Presidente da França e da União Européia, Nicolas Sarkozy) acaba de aprovar a Lei de Imigração; algo duro e para lá de impertinente nos tempos atuais (se informem, por favor). Mas, aqui, a liberdade de existir enquanto um povo, uma nação, uma sociedade democrática é vital. A forma como os franceses abraçaram a causa Tibetana é um exemplo, os manifestos pela formação do estado da Palestina é outro e, agora, o engajamento da população e da imprensa francesa sobre a invasão da Georgia. Pois é, alguém aí no Brasil, na América Latina, em qualquer outra parte se lembra que em meio aos Jogos Olímpicos, medalhas e espírito esportivo existe um país chamado Georgia, outro que é a Palestina e um que se chama Tibet?